O dilema de não morrer Por Ronaldo Correia de Brito* Há cerca de quatro anos um paciente que acompanho teve a suspeita clínica de uma doença neurodegenerativa, uma síndrome parkinsoniana. Nesse tempo, evoluiu com rigidez muscular, perda progressiva de força e da voz, alteração da marcha, dificuldade para deglutir e respirar. Após exaustivas investigações, o diagnóstico nunca foi confirmado, nem se chegou a uma terapêutica que sustasse a progressão dos sintomas. No momento, ele não anda, não fala, se alimenta através de uma sonda enterorrenal, passando em torno de vinte horas por dia num respirador não invasivo. Há um ano vive sob cuidados de uma equipe médica e para-médica, em atendimento domiciliar semi-intensivo. Vez por outra precisa ser internado por conta de complicações infecciosas. Muitos pacientes idosos e com doenças crônicas vivem esse mesmo sofrimento. Aqueles que pagam seguro saúde recorrem ao sistema Home Care e podem ser assistidos em suas próprias
A dança obriga a gente a viver Laís Bodanzky Laís Bodanzky: “‘Chega de Saudade’ me convida a ser feliz. Volta e meia, me pego pensando que era mesmo esse o filme que queria fazer” (Foto: Divulgação). Magela Lima Beirando os 40, a cineasta paulista Laís Bodanzky anda feliz como criança. A razão? Sua derradeira cria. Premiado como melhor filme na última edição do Festival de Brasília, “Chega de Saudade” já contabiliza a cota de 150 mil espectadores. Na entrevista a seguir, Laís fala de seu processo criativo e descreve seu encontro com o universo da dança de salão. Por que construir uma história dentro de um salão de baile? Que tipo de relações e situações se dão especificamente nesse espaço, que não em outro? Por que a opção por um lugar onde se não dança e, não, por exemplo, por um lugar onde se come? Bom, na verdade, a intenção com esse filme é convidar o espectador a conhecer uma noite num salão. Toda a linguagem, toda a construção desde o roteiro, a filmag